Meditação sobre o pluralismo ontológico
Pretendo
fazer uma crítica ao pluralismo ontológico, entendido como a existência de
múltiplas formas de realidade ou verdade. Segundo o meu modo de compreender a
problemática, este tipo de pluralismo é inconsistente e desvia-se da estrutura
da nossa racionalidade, uma vez que coloca os conceitos de verdade, identidade
e normatividade como secundários em relação ao relativismo.
No
entanto, infelizmente é preciso questionar se essa crítica é justa e se
realmente o pluralismo ontológico representa o fim da razão. É possível
argumentar que a existência de múltiplas formas de verdade e realidade é uma
característica inerente da complexidade da vida e do mundo, e que, portanto, a
negação do pluralismo ontológico seria uma negação da própria diversidade da
existência.
Além
disso, é importante lembrar que a razão não é algo estático e imutável, mas sim
uma ferramenta que evolui ao longo do tempo e se adapta às mudanças da
sociedade e do mundo. O pluralismo ontológico pode ser visto como uma forma de
a razão se ajustar a uma realidade cada vez mais complexa e diversa, em vez de
negá-la ou reprimi-la.
O
pluralismo ontológico, no entanto, é problemático porque viabiliza o
relativismo, o que resulta em uma racionalidade puramente instrumental e em um
mal-estar atribuído a fatores externos como a política, religião e moral. No
entanto, é possível argumentar que o pluralismo ontológico não necessariamente
leva ao relativismo, por si mesmo, e que a existência de múltiplas formas de
realidade e verdade não implica necessariamente na negação de toda e qualquer
normatividade ou moral.
Em
suma, a crítica apresentada ao pluralismo ontológico precisa ser mais
rigorosamente avaliada, uma vez que há argumentos válidos tanto a favor quanto
contra essa forma de pensar. Enquanto a defesa da razão e da verdade é
importante, é preciso lembrar que a existência de múltiplas formas de realidade
e verdade é uma característica inerente da vida e do mundo, e que negar ou
reprimi-la pode levar a uma compreensão limitada e parcial da existência.
Thiago Carvalho,
Psicologia,
03.02.2023
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