Nota para uma posterior publicação sobre a Crítica da Razão Pura de Kant

 


Immanuel Kant, foi um filósofo alemão e um dos principais pensadores do Iluminismo. Seus abrangentes e sistemáticos trabalhos em epistemologia, metafísica, ética e estética fizeram dele uma das figuras mais influentes da filosofia ocidental moderna.

Apontamento esquemático para um resumo - Kant

Costumo compartilhar textos de filosofia de duas maneiras: como comentário ou reflexão após a leitura de um autor ou revisão de um problema, e, como neste caso, como um resumo. À época que redigi estava lendo Kant diretamente e consegui visualizar claramente o esquema geral da "Crítica da Razão Pura". Pensei que não apenas poderia resumir para mim mesmo, mas também compartilhar o esquema para que aqueles que já leram possam revisá-lo.

A maioria dos manuais de filosofia começa a tratar de Kant falando da "revolução copernicana" ou afirmando que ele resolveu ou transcendeu a oposição entre racionalismo e empirismo. Suponho que você já saiba disso, e menciono apenas para indicar que vou direto à obra.

Como é conhecido, Kant na "Crítica da Razão Pura" se concentrou no problema do conhecimento: o que podemos conhecer foi sua pergunta central. Sua obra se divide então em Estética, Analítica e Dialética. Primeiro, irei reunir todas as questões em um quadro geral e depois explicá-lo.

1. Estética: neste contexto, "estética" não se refere à beleza ou arte, mas sim ao estudo da sensibilidade e da intuição. Na "Estética Transcendental", Kant explora como nossa mente organiza e estrutura as experiências sensoriais, especialmente no que diz respeito ao espaço e ao tempo. Ele argumenta que espaço e tempo não são propriedades do mundo externo, mas sim estruturas a priori da mente que moldam nossa percepção do mundo.

2. Analítica: a parte analítica da "Crítica da Razão Pura" é onde Kant investiga a natureza do entendimento humano e a forma como ele concebe e organiza os conceitos. Aqui, ele introduz sua famosa distinção entre fenômeno (o mundo como aparece para nós) e noumenon (o mundo como ele é em si mesmo, além de nossa capacidade de percebê-lo). Kant explora também as categorias do entendimento, as formas básicas pelas quais organizamos nossas experiências e conceitos.

3. Dialética: a Dialética kantiana trata das ilusões da razão pura, ou seja, das tentativas falhas de nossa mente de estender o conhecimento além dos limites da experiência possível. Kant examina os problemas que surgem quando tentamos usar a razão para responder a questões metafísicas, como a existência de Deus, a imortalidade da alma e a liberdade da vontade. Ele argumenta que tais questões estão além da capacidade da razão humana e que devemos reconhecer os limites do conhecimento.

Logo, a "Crítica da Razão Pura" é uma investigação profunda sobre os fundamentos do conhecimento humano, destacando os limites e as capacidades da razão. Através de sua análise das faculdades da mente, Kant busca estabelecer os princípios pelos quais podemos entender e interpretar o mundo ao nosso redor.



QUADRO GERAL:

1. Dialética: estuda o raciocínio;

2. Analítica: estuda o juízo;

3. Estética: estuda a apreensão e é matéria-prima do conhecimento;


QUADRO ESPECÍFICO:

1. Dialética: corresponde ao estudo raciocínio;

2. Analítica: corresponde ao estudo do juízo:

  •   A informação sensorial é, por meio da imaginação, organizada pela faculdade do juízo;
  •  O juízo é a capacidade de produzir enunciados afirmativos ou negativos referente a um sujeito;
  •   No entanto, para que haja consciência, não basta a síntese entre o juízo e a sensação, há de ser o juízo operativo junto as categorias;
  •   Portanto, nesta faculdade se estuda o juízo e a categoria;
  •   A categoria diz respeito ao modo como o juízo pode se dá --- ou ocorrer --- e tem por fim a produção de juízos universais.

3. Estética: corresponde ao estudo da apreensão:

  • A estética diz respeito ao modo como temos acesso ao mundo exterior;
  • Ela procura, portanto, delimitar no que consiste os modos de apreensão;
  • A apreensão se dá pela representação da intuição do espaço e do tempo;
  • Por intuição deve-se entender algo como as condições gerais de apropriação da informação do mundo externo aos quais não parte de nenhuma outra faculdade (capacidade);
  • A estética corresponde ao que atualmente se compreende como sensação;
  • A sensação é apenas a recepção sensorial --- não incorpora, assim, a percepção;
  • No entanto, sentir não é já ter acesso a sensação como experiência;
  • Para que haja experiência é necessária a intervenção da Imaginação;
  • A imaginação é intermediária entre a Estética e a Analítica;
  • Na Analítica é que se dá a experiência consciente;
  • Diferente da Estética, que ocorre por intuição, a Analítica há a organização da informação sensorial por meio de princípios a priori (ou de uma faculdade inerente ao sujeito, mas que não tem contacto com o mundo da sensação).

Aqui eu faço algo totalmente diferente e consiste basicamente e não produz nada, apenas expor o esboço daquilo que talvez um dia produza, se houver tempo. Consiste em posteriormente redigir uma espécie de resumo bem elaborado, exposto discursivamente. 


Thiago Carvalho
19 de março de 2024
Campos-RJ

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