A Dor da Descrença: O Sofrimento Psíquico na Superção das Convicções Religiosas

 






A questão das crenças religiosas é uma questão complexa e controversa. Alguns acreditam que as crenças religiosas são fundamentais para a vida humana, enquanto outros argumentam que são apenas fantasias emocionais sem qualquer base real. No entanto, é possível afirmar que as crenças religiosas estão enraizadas no inconsciente e escapam à nossa razão e vontade.

"Vemo-nos, pois, forçados a admitir que não há absurdos para um crente e que o homem não tem a liberdade de crer ou de descrer. Sendo todas essas crenças elaboradas no inconsciente, escapam, não somente à nossa razão, como também, necessariamente, à vontade". 

                         Gustav Le Bon [1]. 

É inevitável perceber que as convicções de um crente não têm limites e que o homem não tem a liberdade de escolher em que acreditar. Todas essas convicções são enraizadas no subconsciente, escapando não apenas à nossa compreensão lógica, mas também, inevitavelmente, à nossa vontade.

Tanto as crenças religiosas quanto as não religiosas são como fantasias, originadas das emoções e surgindo de forma espontânea. Superar essas crenças exige não só grande honestidade, tempo e inteligência, mas também, devido à sua natureza inconsciente, implica em enfrentar dor ou sofrimento emocional na transição do subconsciente para o consciente.

Segundo essa visão, as crenças religiosas se formam espontaneamente e são difíceis de serem abandonadas. Para mudá-las é preciso ter muita honestidade, tempo e inteligência e estar disposto a passar por dor ou sofrimento emocional ao transitar do subconsciente para o consciente. Isso porque alterar as crenças pode ser interpretado como uma mudança na forma como o indivíduo se relaciona com o mundo, algo que pode ser doloroso e desafiador.

Por outro lado, é comum associarem o ateísmo ou agnosticismo a decepções amorosas profundas ou até mesmo ao auto-ódio.No entanto, essa perspectiva está equivocada e carece de fundamentos reais, já que o ateísmo pode surgir de uma reflexão racional e consciente sobre as crenças religiosas. 

Em resumo, a questão das crenças religiosas é uma questão complexa e controversa. No entanto, é possível argumentar que as crenças religiosas são enraizadas no inconsciente e escapam à nossa razão e vontade. Para superá-las, é necessário passar por uma mudança dolorosa e desafiadora, que envolve a transição do inconsciente para o consciente. Além disso, o senso comum costuma ter uma visão equivocada sobre o ateísmo e agnosticismo, atribuindo-os a causas erradas.

Thiago Carvalho

16 de março de 2024

Campos-RJ



Referências:
[1] Le Bon, Gustave. As Opiniões e as Crenças. Edição Ridendo Castigat Mores. Versão para eBook. eBooksBrasil.org. Fonte Digital: www.jahr.org. Copyright ©. 

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